Talvez algumas pessoas não tenham percebido ainda a relação natural entre a arquitetura e o urbanismo com a sensação de bem-estar e a influência do ambiente no seu dia a dia. A ocupação do espaço e a estética interagem invariavelmente com os sentidos e percepções humanas. No plano mais amplo, o urbanismo tem a responsabilidade de intervir planejadamente em determinado espaço substituindo o ambiente natural por algo que venha atender as necessidades de uso do homem, seus acessos e ações exigidas pelo desenvolvimento e modernidade. O planejamento qualificado vai oferecer uma substituição racional, sustentável, limpa e com soluções que preservem ou valorizem ainda mais as necessidades de iluminação, cor, volumes e recortes capazes de nos transmitirem sensações positivas de ânimo e bem-estar. Por outro lado, a ocupação mal planejada será um amontoado de elementos maltratados. A falta de soluções estéticas e o desleixo em infraestrutura pública transmitirão aos usuários uma sensação acumulativa de opressão e depressão. As mesmas sensações são refletidas conforme as características dos ambientes de sua casa, no seu trabalho ou outros espaços de sua convivência.
O homem necessita da natureza. Ao interferir nesta relação direta, precisamos substituir por algo que mantenha esta comunicação ativa, mesmo que de forma imperceptível e sutil. A obra física, pela sua simples utilidade de habitar ou oferecer o básico necessário, não deveria causar uma ruptura – quase que umbilical – entre o ser e a sua natureza. A arquitetura e o urbanismo quando entendidos em sua essência e qualidade, passam a ter um valor muito maior e fundamental para a sociedade.
Qualidade de projeto = qualidade de vida = desenvolvimento sustentável = mais respeito = menos violência = bem-estar e felicidade.